terça-feira, 14 de julho de 2009

momento default (adoro essa palavra)


você sabe qual é a origem da palavra sinceridade? parece que existem algumas versões, como a que me contaram uma vez sobre os vasos que os Romanos produziam a partir de uma cera especial, que às vezes de tão limpa e pura tornava-se transparente, parecendo sine cera e blá, blá.. fui pesquisar e tem milhares de blogues e sites de curiosidades que podem contar para vocês. Desanimei. É só "dar um google".

(mas a versão que eu gostei mesmo é a que fala dos escultores que usavam cera para corrigir as imperfeições das estátuas feitas de mármore e escutavam logo dos compradores um: cum cera não, queremos sine cera!!)


é isso

parece difícil

mas é sempre o melhor caminho

detesto não-ditos

detesto meio-ditos

acho que é por isso que trabalho com comunicação (e tem que ser sine cera)

sábado, 11 de julho de 2009

que alegria!


para aqueles que amam animação, como eu, segue a programação!

espero que a lombalgia colabore..

segunda-feira, 6 de julho de 2009

entre tapas e beijos




Pelo que estou percebendo (claro que a os cadernos e revistas de programação ajudam), as tapas estão aí. E como um tapinha não dói - às vezes no bolso - vamos às explicações e dicas:


Tapas é o nome dado às típicas comidinhas espanholas, e como o nome mesmo diz, a proposta inicial era tapear mesmo. Reza a lenda que sua origem provém de um antigo costume de cobrir a taça de vinho com algo como uma fatia de presunto, por exemplo, evitando o pouso, ou pior, um mergulho de algum inseto na bebida. Mas porque é gostoso e sim, divertido? Pois é possível provar diversas comidinhas de uma só vez, por serem pequenas porções, que passam por queijos, bruschettas, risotos, saladinhas e por aí vai. Cabe à imaginação e criatividade de cada chef. Aqui no Rio alguns bares/restaurantes oferecem essas delícias:


Meza Bar - é o primeiro da lista, pois na realidade é o único que experimentei (por enquanto),porém numa frequência suficiente para conhecer quase todo o cardápio (de comidinhas, pois o de drinks é looongo). O ambiente é bem gostoso, e a decoração bem bonita. O som é ótimo também. Um programa delicioso à dois. O legal de ir em grupo é poder pedir mais e mais potinhos. Sugiro:


- bolinho de risotto de açafrão com queijo e molho pesto de majericão (delícia)


- risotto de limão siciliano com mascarpone e minas padrão (incrível)


- frango picante com limão, tequila e pure de mandioquinha (dos deuses)


- tartar de atum com laranja, azeite de baunilha e crisp de parmezão (um manjar)


- noodle com shitake e legumes na wok (divino!)


- salada thai de camarão picante com manga e hortelã (para quem gosta MESMO de picante)



Para os não muito fãs desse mix de sabores e cores, tem os sanduíches também. Experimentei o hamburguer crocante de frango com queijo feta, tapenade e rúcula..



Drinks:

- Hors Concours: Trilogy (Absolut Mango, caju e lichia)

- Shots diversos

- Caipirinhas beem legais


Outros (se conhecerem, me escrevam dando opiniões):


Oui Oui - Conde de Irajá, 85 / Botafogo (mesma dona do Miam Miam)

Venga! - Dias Ferreira, 113 - B / Leblon



esse papo me deu fome..


fui!



domingo, 5 de julho de 2009

Vá o Theatro e me chame


Há muito tempo venho com o desejo de escrever sobre o Theatro Municipal. Mais do que um lugar onde foram (e serão) realizados extraordinários espetáculos, foi (e será) palco de grande parte da minha formação musical/cultural/pessoal. Eis que conversando com a minha tia - que além de guia de turismo é uma apaixonada por tudo que se relaciona a música clássica e o que ainda permanece de belo na nossa cidade - ela vem me contar sobre uma visita guiada que realizou recentemente, então pensei: abrirei o espaço para que ela possa trazer nas suas palavras, o significado (único e singular) de sua visita e tudo que despertou a partir desta. Segue o sensível - e porque não informativo- texto, que traduz muito do meu sentimento:


“Para os apaixonados pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ou ainda, para aqueles que nunca lá assistiram a um espetáculo, o grande programa da Cidade é fazer a visita guiada às obras de sua recuperação, no centenário de sua inauguração, desse que é, para mim, a extensão da minha casa.
Como boa carioca que sou, apaixonada pelo Rio, guia de turismo e por isso, anfitriã de minha cidade, logo que soube dessa possibilidade agendei correndo e fui, na ultima sexta-feira, na companhia de um amigo.
A visita guiada começa no Anexo do Theatro, com um filme contando sua historia no cenário político do então prefeito Pereira Passos, conhecido como "o bota - abaixo". (Era o final do século XIX e o alcaide foi convidado a ir a Paris conhecer as obras de modernização que o Barão de Haussmann promovia na Cidade-Luz para, com o início da Republica aqui instalada, poder tornar o Rio uma metrópole com ares europeus, mais condizentes com sua situação de capital do País).
Em seguida, através de vários painéis, conhecemos detalhes da arquitetura, dos personagens envolvidos na construção, na maneira - muito atual - de promover um concurso e o vencedor ser o filho do prefeito, saber que o Pano de Boca foi pintado por Eliseu Visconti, em Paris, dado que não havia na cidade local que abrigasse tão grande painel, entre outras informações prá lá de deliciosas que eu desconhecia...
Finalmente, para mim, o grande momento chegava: entrar pelos fundos do Theatro, e segura no meu capacete de obras, subir as escadas que dão acesso ao fundo do palco.
Nesse momento, a lembrança e a emoção tomaram conta de mim... meu coração disparou e meus olhos se encheram de lágrimas, revivendo os 50 anos que frequento o lugar...
Eu ouvia as vozes de meus pais, que cantavam no Coro do Eliezer Steinbarg e anualmente se apresentavam com a OSB... os instrumentos serem afinados... os risos dos músicos... os concertos com inúmeras orquestras brasileiras e internacionais... os maestros Morelembaum, Karabtchevsky, Kurt Masur, o Hino Nacional sendo tocado nas estréias das temporadas, enfim... sentia no ar o frisson de mais uma récita memorável...
Isso sem falar dos balés, da menininha que eu era e queria ver de perto Jacques Klein tocando a Fantasia para Piano e Orquestra de Beethoven e se entristecer por achar que, sentando no camarote do lado direito do teatro onde estava o piano na primeira parte do concerto e em seguida colocado no centro do palco para a apresentação do pianista, não conseguir acompanhar as mãos do grande artista... que decepção...
Lição aprendida, toda vez que um pianista se apresenta, o melhor lugar é sentar no lado impar das poltronas...
Ainda menina, ficar tão empolgada com as musicas, sair cantando e se estatelar nas escadas do balcão nobre...
E levar minhas filhas, pequenas ainda, aos ensaios de sábado de manhã, para que elas conhecessem os instrumentos da OSB, conversar com os músicos, ensinar essa que, para mim, é a melhor forma de meditação que conheço... entrar em contato com algo divino, que dissipa tristezas e renova as esperanças...
Quantas vivencias...
Durante muitos anos fomos assinantes da OSB, OPES, e assistíamos a todos os concertos internacionais. Numa dessas temporadas, enfrentamos um tour de force das nove sinfonias de Beethoven (olha ele aí de novo...), em quatro noites com a Filarmônica de Nova York, (se não me falha a memória) conduzida por um Kurt Masur "endiabrado". No dia seguinte, era a apresentação da OSB e papai, brincando, comentou naquele seu jeito inesquecível: "Comí tanto faisão e agora voltei ao frango..."
E os incontáveis balés, as palmas das crianças, aquela algazarra de felicidade e de sonho...
Hoje a sonoridade da OSB está entre as das grandes orquestras do mundo, sem sombra de dúvida...
Como é bom rever, a cada espetáculo, rostos tão conhecidos, acompanhando a passagem do tempo, vendo-os envelhecer (e eu também...) e saber que jovens talentos renovam as nossas orquestras...
Conhecer o "ar refrigerado" de 1909: dutos que saem por baixo das poltronas e, com ventiladores e gelo, a forma encontrada de refrigerar a réplica da Opéra Garnier de Paris nos trópicos... encantador...
Saber que as poltronas serão revestidas de veludo cor de rosa, que não haverá tapetes e sim corredeiras sobre o parquet, como originalmente... e a grande águia dourada...
Ai... quanta coisa...
Se eu contar tudo, parte da graça da visita se perderá... deixo para cada um sua experiência e sensação particulares...
Enfim... uma grande viagem no Tempo, uma saudade imensa de toda essa Historia pessoal vivida, e o presente e o futuro renovados dentro desse que é um marco na minha vida pessoal e, claro, da cidade também...”


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Liana Siag - guia de turismo e agente de viagens

sexta-feira, 3 de julho de 2009

o inexplicável


aquilo que é difícil nomear

mas a gente sente

chora e ri

porque não entende

que dá vontade de não desgrudar nunca mais

e ao mesmo tempo de correr para bem longe

mas impossível viver sem

porque me disseram uma vez que é da ordem do límbico

e não do cortical

fez sentido,

pois foge à razão

alguém aí tem 1/4 de Lexotan?


Pois é..

.. hoje já fazem 6 dias que estou de molho em função de uma super contratura muscular que arranjei no domingo passado. Em meio a anti-inflamatórios, ansiolíticos, overdose de seriados da sony/warner e cartoon. Sim, essa é a hora de deixar o intelecto um pouco de lado e se deixar imergir apenas no lúdico e no riso fácil. As explicações dos "porques" a gente deixa para quando a dor for embora.

Bom, me deixou sem ir ao trabalho, afinal, essa era uma missão impossível para quem trabalha em dois andares de enfermaria, praticamente 8h por dia em pé. Me fez ver, ou melhor, sentir, aquilo que tanto insisto com os cuidadores e familares dos meus pacientes: quem cuida tem que se cuidar. Aprendi outras coisas também:

- aceitar o amor daqueles que tem tanto para dar (e podem)

- entender aqueles que simplesmente não entendem (mas podem)

- só falta um capítulo para o final da temporada de Grey's Anatomy =(

- notebook é o que há

- bolsa de água quente faz mais efeito do que Vallium


- e o mais importante de todos: aceitar o tempo e os limites do corpo. Ele sabe o porque das "travas" e não tem censura alguma que passe por ele.

ps.1 o título é referência à uma esquete do Terça Insana, que me faz lembrar bons tempos. Nem sou fã de tudo deles, mas alguns valem à pena.

ps.2 agradecimento especial a super equipe (diaristas e plantonistas) que tornaram essa semana mais agradável (não sei bem se essa é a melhor definição). Principalmente à Princesa Léa, com sua infinita reserva de amor e paciência.
ps.3 agradeço também à ele, que mesmo entre encerramento e estréia, se torna presente da sua forma