terça-feira, 8 de janeiro de 2013

à espera



foto Debora Oigman



A idéia não é tornar o blog um espaço sobre a maternidade, tipo "o que esperar quando você está esperando", ou "10 coisas que nunca te contaram sobre a gravidez" e por aí vai. Mas 7 meses já se passaram e é impossível não deixar um registro aqui. Nesse espaço que cabe de um tudo e um todo.
A barriga vai crescendo, os movimentos vão ficando mais difíceis, seu corpo não pertence mais só a você. O desejo por um chope gelado, pela proibida comida japonesa ou por uma caipirinha no fim de tarde já nem dão mais pinta por aqui.
Uma experiência tão coletiva, visível a todos, que olham diferente, comentam, tocam e querem saber. Ao mesmo tempo tão única e pessoal. Nenhuma gravidez é igual a outra. Nem mesmo quando vivida pela mesma mãe. Nem os livros e revistas dão conta de cada pirueta que o bebê dá na barriga (não sei se ele de fato faz isso, mas a sensação é exatamente essa), de cada choro desmedido (meu, claro), cada celulite nova ou número de soutien três vezes maior. O medo de não sermos pais suficientemente bons (aiai, psi..), de reconhecer  suas necessidades. Os chutinhos em resposta à minha voz ou ao meu toque na barriga. Assim como o do pai. Cada presente ganho, cada sonho com suas mãozinhas. A gentileza dos estranhos na rua (sim, ainda existem alguns bons exemplares por aí). O brilho nos olhos dos avós a cada ultra, a ansiedade das tias, a expectativa dos amigos. Nenhuma literatura dá conta disso. Nem deve. É da ordem da vivência e essa é sempre difícil de ser compartilhada na sua completude.
Mas isso é só o começo de uma história que ainda vai dar muito o que falar. E escrever.
Seja bem-vindo meu pequeno. Te esperamos com o coração e a casa cheios de amor.